Assunto: Alice Woon D'Latt Qua Jul 04, 2012 3:19 pm
Now, the little girl have grown up.
Ficha de Registro
♣ Dados da Personagem
▬ Nome: Alice Woon D'Latt ▬ Idade: 16 Anos
♣ Característica da Personagem
▬ Aparência: É claro, não deixa de ter o encanto, a juventude e delicadeza, possui uma beleza exótica, madura. Cabelos loiros, olhos azuis e pele branca sedosa. ▬ Piscicológico:
Alice é uma pessoa muito complexa, admirável.Costuma ser otimista maior parte das vezes. Essa é a maior das suas características.
♣ História da Personagem
▬ Afiliações: Mãe ♠ Júlia D'Latt ▬ História:
Meu nome é Alice D'Latt. Tenho 16 anos de idade. Nasci nas proximidades da Província, Itália. Não conhece? Imagine um lugar cujas manhãs são acompanhadas do perfume de limão siciliano e flores, uvas frescas e canto dos pássaros. Um lugar onde cada um dos seus vizinhos te acompanhou durante sua trajetória pela vida, seja cuidando de ti em sua infância ou brincando com você em um parquinho de terra batida. Foi nesse lugar que fui criada até meus doze anos de idade, quando tive que me mudar para os Estados Unidos devido ao trabalho de minha mãe, sendo ela uma Chef. Renomada. É claro que essa mudança foi brusca. Eu amava a Itália. Quando fiquei sabendo da notícia, passei mais de duas noites em claro imaginando o quão seria diferente. Tenho certeza que tentaria mudar tal fato, se soubesse que meu futuro mudaria de marcha, direção e sentido, atropelando quaisquer que fossem minhas ideias otimistas na época.
Tudo começou em uma noite escura e vazia no sul de New York, EUA. Saí de casa lá pelas seis horas da tarde, horário no qual o dia esgueira-se e dá passagem para a noite. Lembro-me de ter fitado o céu insípido e ponderado "Como preferia a noite estrelada da Itália". Estava indo para a casa de um amigo meu chamado Luca. A verdade é que eu não aguentava mais ficar na minha própria casa e ter de disfarçar a minha mãe, que estava bem. Tudo o que eu queria era fugir, escapar daquele lugar que minha mãe costumava chamar de lar.
Eu já estava na metade do percurso quando senti algo. Eu não sei exatamente como descrever o que senti. Começou com um arrepio frio na espinha, que logo se dispersou pelo tronco e membros. Depois, teve aquela sensação de perigo, e comecei olhar de um lado para o outro da rua, desconfiando até mesmo das manequins vazias das lojas. Era como se algo, ou alguém, tivesse sussurrado ao pé do meu ouvido: "Não olhe para trás, apenas siga em frente e corra se sentir algo diferente". E havia, de fato, algo diferente. A própria atmosfera do lugar estava carregada, estranha. Lembro-me de ter atribuído essa estranheza ao fato de não ter ninguém ali, ninguém, apesar de ser apenas seis da tarde de uma terça-feira.
De repente, ouvi passos atrás de mim. Passos pesados, inumanos. Passos que me seguiam, ansiosos, pelo perímetro da calçada. Olhei para trás, mas não havia nada para ser visto. O breu cobria tudo, tornando inútil o trabalho dos postes de iluminação. Aumentei o ritmo dos meus pés, sem me preocupar se o ruído chamaria ainda mais a atenção daquilo que estava me seguindo. À medida que me aproximava da pequenina casa de tijolos de Luca, os passos atrás de mim diminuíam, como se quem me seguia estivesse perdendo o fôlego.
Alcancei a porta da casa com um baque e agarrei-me à maçaneta com um desespero que era atípico para a minha personalidade tão calma e controlada. Só então que me dei conta das lágrimas e do suor que banhavam minha pele. Comecei a bater na porta com força. Luca não tardou muito para atender.
- Alice! - Exclamou ele, claramente assustado - O que você... Por que diabos... Alice, o que aconteceu? - Tratei de limpar minhas lágrimas e manter o controle. - Tem alguém me seguindo - Respondi, enquanto obrigava minhas mãos a parar de tremer. Ele franziu o cenho. - Alguém te seguindo? Alice, mas são apenas seis da... -
Os olhos castanho esverdiados de Luca miraram em algo além de mim e a frase foi interrompida no meio. Olhei para trás e vi uma mulher que nunca havia visto antes. Tinha longos cabelos negros, tão negros quanto o céu noturno, e grandes olhos castanhos envoltos por pestanas igualmente grandes. Ela sorria como se tivesse finalizado seu dia, com chave de ouro.
- Olá - murmurou ela. Sua voz também era doce - Você é a Alice? - Não pensei duas vezes antes de responder: - Sim, sou eu mesma. - O sorriso da mulher alargou-se ainda mais, ficando quase... Assustador. - Oh, estive procurando por você há tempos. Venha comigo, querida. O rapazinho aí também pode vir. -
Aquela mesma voz que me alertara do perigo voltou a sussurrar no meu ouvido: "Não vá, não vá". Por algum motivo, ignorei-a, do mesmo modo que costumava ignorar os sermões sem nexo de minha mãe. A mulher nos encaminhou até uma rua sem saída, a qual ficava logo ao lado da casa de Luca. Mais uma vez, nenhum de nós contestou a confiabilidade daquela desconhecida. Simplesmente a seguimos, como se estivéssemos sendo chamados por uma força invisível e sedutora.
Seguimos a mulher, cegados por algo que ainda não conseguíamos nomear, observando enquanto a escuridão ia encrespando-se à medida que adentrávamos a rua. Quando a desconhecida parou de andar, também paramos, parecendo mais marionetes do que pessoas. Eu fui a primeira a dizer algo, uma vez que Luca parecia ainda mais entorpecido.
- Por que a senhora nos trouxe pra cá? - Perguntei. A mulher limitou-se a rir e dizer: - Apenas observe. -
Uma risada desafinada inundou o ar ao nosso redor. De repente, como se um balde de água fria tivesse caído sobre mim, saí do estado de transe. Não consegui segurar o grito quando vi o que estava logo à minha frente. A mulher não era mais bela, sedutora e invejável. Nem mesmo uma mulher ela era. Seu rosto transformou-se em algo horrível, pálido e morto, e agora o sorriso parecia desfigurá-lo ao invés de iluminá-lo. Uma de suas pernas ficou peluda de repente, enquanto a outra ficou rígida como a de uma estátua de bronze. No entanto, foram seus olhos que mais me chamaram a atenção: Carmins como uma chama nova, brilhantes como o sol.
Olhei para Luca. Ele ainda continuava lá, inerte, sem parecer notar nenhuma diferença. Comecei a balançar seus ombros violentamente, gritando coisas como "Vamos sair daqui, Luca, vamos sair daqui!" e "Ela é um monstro, corre, corre!". Entretanto, apesar da minha tentativa desesperada de trazê-lo de volta à consciência, ele não deu sinal de ter visto a criatura horrenda que estava logo à nossa frente.
- Pare de me sacudir, Alice! Qual é o seu problema? - Perguntou ele, irritado. - Ela é um monstro! - Repeti pelo que pareceu a décima vez - Vamos sair daqui antes que... -
Subitamente, algo pulou sobre mim e derrubou-me no chão com violência. Recordo-me de ter visto Luca saltar para longe e esfregar os olhos, como se não acreditasse no que visse. Lembro-me também de ter visto de relance os dentes afiados da criatura antes que eles cravassem com força na carne do meu braço. Soltei um grito agudo de dor e puxei o membro por impulso, fazendo com que as presas do monstro rasgassem a minha pele grotescamente. Berrei novamente e chutei o tronco do monstro com o máximo de força que consegui acumular. Felizmente, tive ajuda de Luca, que agarrou o braço dela... Ou ele e conseguiu lançar a criatura para a outra extremidade do beco.
- Você está bem? - Perguntou Luca, aflito, sem tirar os olhos do monstro.
Não respondi. Levantei-me o mais rápido que pude e comecei a correr em direção à rua, guiando-me pela claridade confortante de um semáforo. Ele me acompanhou sem protestar. Logo a criatura estava de pé, grunhindo e nos seguindo a passos ligeiros e trôpegos. Acelerei o ritmo da minha corrida e agarrei a mão esquerda de Luca, tentando encontrar nela algum tipo de estímulo. Apesar dos alertas por parte de Luca, que diziam para não eu olhar para trás, resolvi checar e ver se ela estava muito próxima de nós. Foi então que, por um momento, pensei ter perdido os sentidos, pois tudo à minha volta reduziu-se a um grande véu branco. Foi como se eu estivesse nadando em um mar de luz. Antes que eu pudesse achar uma explicação lógica para aquilo, a escuridão foi intensificando-se a cada segundo que passava, tomando conta do meu campo de visão.
- Não vejo mais nada! - Afirmou Luca. Ele puxara minha mão e espalmara a parede tentando se apoiar em algo. Isso era estranho, pois ela não fazia nenhum efeito na minha capacidade de enxergar. - Como assim? - Argumentei - Tudo o que sei é que tem algo nos separando do monstro. -
Era verdade, algo estava de alguma forma nos ajudando.
Segundos depois da minha fala, com a mesma rapidez que surgiu, o breu esvasiouse, deixando nada em seu lugar. Quando foi embora, não havia nenhum sinal da criatura que ali estava, nenhum. Caí sobre os meus joelhos, fraca pela perda de sangue. Não me lembro de muita coisa a partir daí, apenas de ter ouvido uma voz masculina gritar: "Ei, Alice, levante!" e de mãos fortes sacudindo-me, insistentes. Eu mal sabia que, a partir desse dia, minha vida jamais voltaria a ser a mesma.
▬ Grupo: Romanos ♠ Filhos de Plutão/Hades ▬ Imagem: https://2img.net/h/oi52.tinypic.com/1ypnk.png